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Uma Segunda Vida (III) ou A Idade da Razão


O autor não quer sugerir que se pode revelar por meio da escrita, mas assim o entender o leitor, que assim seja. Meio trabalhoso para o espírito esta forma de pensar por palavras. Seria como a nossa vida se fosse ela uma segunda oportunidade para nos realizarmos, supondo que uma vida não chega para realizarmos o que queremos humanamente da nossa presença na terra? Não falo de uma vida completamente diferente, numa época histórica passada ou futura, como se pudéssemos entrar numa máquina do tempo, mas de uma vida imediatamente a seguir à nossa morte e nos termos da mesma vida que vivemos. Que oportunidades aproveitaríamos e que coisas recusaríamos ou deixaríamos de fazer? Parece tolice pensar-se desta maneira, pois uma vida humana nos é dada e só uma devemos viver, de acordo com a crença em que fui educado. Mas há outras crenças, é certo. É isso que pretendo perspectivar. Que mulheres teríamos e de que maneira, será que escolheríamos o casamento como forma de amor em vez da paixão? Será que encontraríamos a nossa alma gémea e a amássemos para sempre, sem hesitações, todos os dias, numa frenética paixão de amor feita? O que é certo é que esta questão do amor e da paixão de coloca fortemente no caso de termos uma outra vida e uma outra juventude. É certo que a maioria das pessoas procura assegurar a subsistência económica e depois vê-se numa situação de escolha de uma qualquer mulher para casarmos. Se o que está em causa é o amor, tarde ou cedo descobrimos que este está bem perto de nós desde os nossos primeiros dias de vida e se o negamos, com escapes doentios, vemo-nos num túnel sem saída mais tarde ou mais cedo. Por isso aqui advogo que o amor deve ser vivido no meio em que habitamos e não deve, por experiência confessada do autor, motivar refúgios na religião ou na ciência. É certo que este caminho por mim empreendido deve servir de exemplo a quem queira viver uma vida descansada e feliz, onde a sexualidade seja sã e partilhada com uma pessoa do sexo oposto. Dizia Platão que a homossexualidade seria a forma mais perfeita de amor. Pois eu não concordo, pois no amor entre semelhantes há qualquer coisa de doentio. Não pretendo aqui impor nenhuma forma de amar, nem discrimino que segue os conselhos de Platão, mas tento contar a minha experiência da melhor forma que sei, para que sirva de exemplo a um qualquer jovem leitor que se refugie nas minhas palavras. Nesta sociedade moderna, a pornografia é um mal necessário. Mas seria melhor que se promovesse o contacto físico desde cedo nos jovens, à revelia de uma imagética perversa, que não nos deixa descansados e que nos atormenta e nos faz envelhecer e ver como passíveis de sedução todas as mulheres, numa doentia obsessão pelo sexo. Pois é isto que eu pretendo esclarecer. Que não vale a pena ver filmes ou revistas senão por mera pedagogia. Mas da pedagogia à moral vai um pequeno passo que o mais comum dos mortais sensível e ingénuo não sabe discernir. Por isso pode cair numa espiral de sensualidade doentia desde bem cedo e perder grandes oportunidades na vida. Oportunidade antes de mais de amar, como toda a gente o faz sem contudo a maioria se aperceber disso. Hoje em dia as pessoas, incluindo e sobretudo os jovens, estão mais esclarecidos no que diz respeito à sexualidade. Contudo, tudo vai de um princípio. Se são bem orientados, nada de danação pode surgir nas suas vidas. Mesmo assim, um dia, mais cedo ou mais tarde, todos nos tornamos confusos em relação ao sexo, porque a televisão propagandeia o amor sem qualquer desvelo e aguça a curiosidade mórbida dos espíritos menos bem preparados.

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